Síntese, parceria e ficção :sobre a série Seu troco obrigada Conversa ocorrida em dezembro de 2012 e editada por Juca Amélio com a participação de Nadam Guerra, Bernardo Mosqueira, Aline Elias, Leo Liz Lee e Ophélia Patricio Arrabal. Um carro para no pedágio. O motorista entrega uma nota à atendente. Ela imprime um ticket para o motorista, sorri e diz “Seu troco, obrigada”. A cancela sobe, e ela tem alguns segundos até que o próximo carro se aproxime. As atendentes então pensam na vida, cantarolam canções, ou lembram de seus amores. Aline Elias, poeta e atendente do pedágio na Rio-Teresópolis, encontrou outra maneira de usar estes segundos: fazendo poemas. Os poemas construídos entre um carro e outro estão reunidos na publicação seu troco obrigada. São poemas curtos: apenas 3 palavras. Nadam Guerra escolheu a obra desta jovem e ainda pouco conhecida poeta de apenas 25 anos como inspiração para sua nova série de esculturas. A convite de Nadam, marcamos um encontro entre mim, ele e o curador Bernardo Mosqueira para conversarmos sobre a série Seu troco obrigada. A conversa se deu no jardim da casa de Bernardo num dia quente de dezembro. Juca Amélio: Vamos do princípio. […]
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Gênero, Classe e Arte Única :sobre a parceria de Leo Liz e Euclides Terra Conversa realizada em 13 de agosto de 2013 na Terra UNA, Liberdade, MG. Residência artística de imersão com o Grupo UM no processo para a criação da exposição Rupestre Contemporâneo. Editada por Juca Amélio. OBS. Outros personagens citados: Jaya Pravaz – artista e terapeuta, esposa de Nadam. Tuan – 3 anos, filho de Nadam. Lauzina – vizinha de Terra UNA, caseira do trutário. Era uma manhã de inverno em Terra UNA. Após o café da manhã, estão sentados na varanda da Casa da Borboleta Juca, Euclides e Leo. O sol é suave e todos sentam de forma a se aquecer depois de um amanhecer muito frio. Começam falando apenas os três e depois se juntam Nadam Guerra e Aline Elias. Juca Amélio: Queria retomar agora duas situações que aconteceram ontem para podermos gravar. Uma, durante a caminhada a Augusto Pestana e, outra, depois da apresentação do portfólio da Leo. Acho que tocamos em pontos fundamentais no calor do momento que queria sistematizar melhor agora que estamos com a cabeça fria. Primeiro, o debate que interrompeu a caminhada ontem […]
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Muito além da performance por Nadam Guerra. Publicado no catálogo V::E::R 2011: ARTE::VIVA / ARTE::ÚNICA Quando penso em arte viva imagino a unificação de todas as artes e da vida. Imagino uma arte única [1] sem discriminação de tempo, espaço, credo, matéria, cor, sexo ou ritmo. Vida quando é boa é arte. Entendo a arte (arte única, arte viva ou apenas arte) como uma presença especial ou uma atenção mais intensa a algum aspecto da realidade seja ele qual for. Arte é quando colocamos nossa vida para fora de nós mesmos, quando compartilhamos nosso impulso vital pelo mundo. Pode ser fazendo um quadro. Uma música. Pode ser fazendo uma caminhada. Pode ser fazendo um bolo ou coletando imagens em uma câmera fotográfica. Tudo que é feito com vida é arte. Arte quando é boa é vida. Então falávamos do V::E::R. Que seria um encontro de arte viva. Em 2005 fizemos a primeira edição na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Foram dois finais de semana, participaram cerca de 40 artistas ligados às artes do corpo e da performance além de 30 vídeos nacionais e internacionais [2]. Um público de mais de […]
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Performance, arte e ofício por Nadam Guerra (publicado na revista Seiva – diálogos de arte e ofício) Bom dia a todos. Grato pelo convite para apresentar aqui em Belém, na Fundação Curro Velho neste projeto Seiva, diálogos de arte e ofício. O título desta palestra é um pouco traiçoeiro. Performance, arte e ofício são 3 palavras de significado duvidoso e que podem se referir a coisas muitos diferentes. Acho que o traz vocês aqui é a questão da performance como arte. Que é o tema do curso prático “Objeto Performance”que vou ministrar a partir de amanha aqui no Curro. Peço um pouco de paciência porque para expor o que acredito ser performance antes vou contextualizar um pouco arte e ofício. Primeiramente queria relembrar a origem destes conceitos. Quando falamos “Arte” imaginamos que é uma coisa que existe e sempre existiu, mas na verdade é relativamente recente o entendimento de Arte que temos hoje. Nas civilizações antigas ou primitivas não existia a noção de representação, da arte imitar a natureza. O que existia era uma relação que hoje poderíamos chamar de mágica. As pinturas nas cavernas de cenas de caçadas não seriam relatos de evento reais ocorridos, mas […]
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Manifesto UM por uma arte única Século vinte e um Tudo é um Quem acha que faz teatro ou música ou pintura ou cinema ou performance ou fotografia está vivendo no século passado. Não há fotografia que não seja música Não há poesia que não seja cinema Nem teatro que não seja escultura. Arte única, mais que um movimento É uma constatação da contemporaneidade. Tudo é um Arte é um Arte é viva Não há como matar E não faz sentido compartimentar. Somos herdeiros de todas ass vanguardas do século vinte E também do romantismo, do iluminismo, Do clássico, do medieval e do pré-histórico. Tudo é um Construtivismo surrealista Cerâmica eletrônica Muralismo digital Barroco minimalista Realismo abstrato Tricô de fibra ótica Humanogravura Chanchada conceitual Concretismo bucólico Teatro dança de poesia visual Vídeo pintura de dramaturgia pop Cinemogravura de música conceitual Escultura sonora de fotografia expressionista Vanguarda comercial de museu alternativo Academia experimental de galeria pop Tudo é um A diferença entre um pintor e um cineasta é a mesma que entre um poeta e outro poeta. Especificidades e individualidades existem Categorias não Categorias são invenções projetadas sobre o real No real arte é uma só […]
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